Práticas parentais na primeira infância e desenvolvimento psicossocial infantil
Aproximadamente 43% das crianças em países de baixa e média renda não conseguem atingir seu potencial de desenvolvimento aos cinco anos de idade, com prejuízos para a saúde, o bem-estar e o capital humano ao longo de toda a vida. Os cuidados sensíveis na primeira infância são considerados primordiais para melhorar as perspectivas de futuro das crianças e reduzir a pobreza intergeracional.
Na Coorte de Nascimentos de 2015 em Pelotas, que acompanha 4,2 mil crianças desde o nascimento, utilizamos medidas de observação detalhadas para avaliar a interação entre pais e filhos, com o objetivo de identificar os determinantes de diferentes práticas parentais e seus efeitos sobre a prontidão escolar e o desenvolvimento psicossocial das crianças, incluindo linguagem, funções executivas, reconhecimento emocional e comportamentos agressivos.
Nesse projeto, realizamos filmagens das interações entre duplas de filhos e pais durante a visita de avaliação de saúde aos 4 anos de idade com todas as crianças da coorte. Pais e filhos foram filmados enquanto completavam as tarefas de construção de modelos com blocos, de compartilhamento de livros e uma tarefa do tipo “Não Toque” com brinquedos, desenhada para medir a frustração infantil e a orientação positiva e vigorosa dos pais sobre o comportamento da criança. Os dados filmados estão sendo codificados por uma equipe de psicólogos na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e serão analisados em 2020.
Colaboradores: Adriane Arteche (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Lynne Murray (Universidade de Reading), Peter Cooper (Universidade de Reading)
Financiamento: Fundação Bernard van Leer